A tabela ALIMENTO

A tabela ALIMENTO

A tabela ALIMENTO faz uma lista de todos os itens alimentares conhecidos que são consumidos por uma determinada espécie de peixe. Se clicar nos botões activos em Alimento II, na tabela ALIMENTO, obterá uma lista de alimentos. Incluído nesta tabela estão os campos Grupo Alimentar; Nome Do Alimento; Estado/Parte; Frequência do item alimentar e o campo Notas.

Os itens alimentares reflectem as relações predador/presa

A informação contida nesta tabela é útil para determinar as relações presa/predador entre os peixes. Uma compilação dos diferentes itens alimentares consumidos pelos peixes pode eventualmente resultar na identificação das preferências alimentares das várias espécies de peixes (ver Caixa 21).

Caixa 22. Hierarquia dos alimentos.

Para padronizar os campos das tabelas de ecologia trófica da FishBase foi criada uma hierarquia de alimentos. As escolhas vão desde Alimento I (6 escolhas, caracteres a bold), via Alimento II (22 escolhas, caracteres romanos), até Alimento III (55 escolhas, caracteres em itálico). A hierarquia é a seguinte:

Alimento I Alimento II Alimento III
detritos detritos carcaças; detritos
plantas fitoplâncton cianofíceas; dinoflagelados; diatomáceas; algas verdes n.i./outro fitoplâncton
  outras plantas algas bentónicas/plantas aquáticas; perifíton; plantas terrestres
zoobentos esponjas/tunicados esponjas; ascídias
  cnidários corais-duros; n.i./outros pólipos
  vermes poliquetas; não-anelídeos; n.i./outros anelídeos
  moluscos quítones; bivalves; gastrópodes; polvos; n.i./outros moluscos
  crustáceos bentónicos ostracodes; copépodes bentónicos; isópodes; anfípodes; estomatópodes; camarões; lagostas; carangueijos; n.i./outros crustáceos bentónicos
  insectos insectos
  equinodermes estrelas-do-mar; ouriços; holotúrias;n.i./outros equinodermes
  outros invertebrados  
  bentónicos n.i./other benthic invertebrates
zooplâncton cifozoários/hidróides cifozoários/hidróides
  crustáceos planctónicos copépodes plânctónicos; cladóceros, misidáceos; eufausiáceos; n.i./outros crustáceos planctónicos
  outros invertebrados planctónicos n.i/ outros invertebrados planctónicos
  peixes (estádios primordiais) ovos de peixes/larvas
nécton cefalópodes lulas/chocos
  peixes ósseos peixes ósseos
    n.i./outros peixes
outros anfíbios e répteis répteis salamandras/tritões; rãs/sapos; tartarugas;n.i./outros
  aves aves marinhas; costeiras; n.i./outras aves
  mamíferos golfinhos; pinípedes; n.i./outros mamíferos
  outros outros
A tabela ALIMENTO pode ser consultada para ver os níveis tróficos atribuídos a estes vários grupos.
    Maria Lourdes D. Palomares, Pascualita Sa-a e Daniel Pauly

 
Fontes

Foram utilizadas mais de 400 referências para os itens alimentares, que incluem: Hiatt & Strasburg (1960), Randall (1967), Scott & Crossman (1973), Allen (1985), Randall (1985), Whitehead (1985), Hickley & Bailey (1987), Maitland & Campbell (1992) e Sierra et al. (1994).

A verificação de mais de 6600 registos no quadro ALIMENTO relativos a mais de 1500 espécies foi realizada através da verificação da classificação taxionómica dos itens alimentares. Devido a alguns grupos animais utilizarem alimento que ocupa vários habitats, antecipa-se aqui que irão surgir algumas inconsistências na classificação funcional de certos itens alimentares; um exemplo disto são os copépodes ciclopóides, que, caso não seja especificado pode incluir formas planctónicas ou bentónicas. Nestes casos, o grupo funcional do item alimentar será deduzido pelo habitat e comportamento da espécie de peixe que o consome.

Campos

Para padronizar as entradas da tabela ALIMENTO e das outras tabelas relacionadas com ecologia trófica, foi criada uma estrutura hierárquica com três níveis de precisão (Alimento I, Alimento II e Alimento III) (Caixa 21). Se clicar duas vezes em qualquer dos botões activos em Alimento I, na tabela ALIMENTO, tem acesso aos níveis inferiores desta estrutura. Isto irá abrir a tabela Alimento que mostra as estimativas de Trophs (+/- 1 s.e.) para cada nível, e que permite o cálculo dos níveis tróficos para peixes cuja dieta é conhecida (veja a tabela DIETA, neste volume). As fontes bibliográficas utilizadas para estas estimativas são dadas no campo Referências e no campo Notas são fornecidas informações adicionais. É indicado se o troph foi calculado utilizando os trophs de outros grupos e, neste caso, não é especificada nenhuma fonte bibliográfica.

Se clicar nos botões activos em Alimento II, na tabela ALIMENTO, obterá uma lista de alimentos. Se clicar duas vezes sobre um destes alimentos, abrirá a tabela Tipo de alimentação, com a informação sobre o Alimento III apresentada através dos seguintes campos:

  • Grupo de alimento: refere-se à família (ou ordem de grupo maior) ou nome comum do item alimentar;

  • Nome de alimento: (texto) refere-se ao nome científico do item alimentar;

  • Frequência: refere-se à percentagem de espécimes contidos no item alimentar, como percentagem e como escolha, i.e., raro (1-5%); comum (6-20%); muito comum (21-50%); dominante (>50%) (veja a discussão na tabela DIETA);

  • Estado ou parte da presa: campo que define em que estado o alimento foi consumido. São fornecidas escolhas apropriadas da seguinte lista: ovos, larvas/pupas, juvenis/recrutas, juvenis/adultos, adultos, n.i/outros (para alimento animal); e raízes, caules, folhas, frutos/sementes; n.i/outros (para alimentos vegetais);

  • Estado do Predador: campo que se refere ao estado do peixe que consumiu os itens acima mencionados, com as seguintes escolhas: larvas, juvenis/recrutas, juvenis/adultos (utilizado como default), adultos;

  • Notas: refere-se aos itens alimentares que não podem ser classificados em nenhuma das outras escolhas, e que podem ter comentários relacionados com o item alimentar, ex. tamanho, sexo, idade, etc.

 
Como chegar lá

Chega-se à tabela ALIMENTO clicando no botão Biologia na tabela ESPÉCIES, no botão Ecologia Trófica na tabela BIOLOGIA e no botão Alimento na tabela ECOLOGIA TRÓFICA. Clique duas vezes no botão Alimento I para abrir a tabela ALIMENTO. Chega-se à janela Tipo de alimentação clicando nos botões Alimento II activos na janela ALIMENTO.

Referências

Allen, G.R. 1985. FAO species catalogue. Vol. 6. Snappers of the world. An annotated and illustrated catalogue of lutjanid species known to date. FAO Fish. Synop. 6(125):208 p.

Hiatt, R.W. and D.W. Strasburg. 1960. Ecological relationships of the fish fauna on coral reefs of the Marshall Islands. Ecol. Monogr. 30(1):65-126.

Hickley, D. and R.G. Bailey. 1987. Food and feeding relationships of fish in the Sudd swamps (River Nile, Southern Sudan). J. Fish Biol. 30:147-159.

Maitland, P.S. and R.N. Campbell. 1992. Freshwater fishes of the British Isles. Harper Collins Publishers, London.

Pauly, D., M.L.D. Palomares, R. Froese, P. Sa-a, M. Vakily, D. Preikshot and S. Wallace. Fishing down Canadian aquatic food webs. Can. J. Fish. Aquat. Sci. 58:51-62.

Randall, J.E. 1967. Food habits of reef fishes of the West Indies. Stud. Trop. Oceanogr. Miami 5:665-847.

Randall, J.E. 1985. Guide to Hawaiian reef fishes. Harrowood Books, Newtown Square, Pennsylvania. 74 p.

Scott, W.E. and E.J. Crossman. 1973. Freshwater fishes of Canada. Bull. Fish. Res. Board Can. 184, 966 p.

Sierra, L.M., R. Claro and O.A. Popova. 1994. Alimentacion y relaciones tróficas, p. 263-284. In R. Claro (ed.) Ecología de los peces marinos de Cuba. Instituto de Oceanología Academia de Ciencias de Cuba by Centro de Investigaciones de Quintana Roo, Mexico.

Whitehead, P.J.P. 1985. FAO species catalogue. Vol. 7. Clupeoid fishes of the world. An annotated and illustrated catalogue of the herrings, sardines, pilchards, sprats, anchovies, and wolf herrings. Part I. Chirocentridae, Clupeidae, and Pristigasteridae. FAO Fish. Synop. 7(125)Pt. 1:303 p.

Pascualita Sa-a, Maria Lourdes D. Palomares e Daniel Pauly